sexta-feira, 13 de julho de 2012

Top 10: Clássicos do Rock



Sexta feira, 13 de julho de 2012. Não, eu não vou falar de gatos pretos, escadas, espelhos quebrados ou qualquer outra superstição propícia ao dia. Falarei – como não? –, do bom e velho rock and roll! Nascido no final dos anos 1940, nos Estados Unidos, o rock’n’roll é um estilo musical que deve suas raízes à música country, ao blues, ao R&B e à música gospel. Seus instrumentos característicos, principalmente a partir da década de 1950, são o baixo elétrico, a bateria e a guitarra. Para a origem do termo existem diversas explicações. Eu não saberia apontar a real, deste modo, recomendo ao leitor fazer suas próprias pesquisas; garanto que se divertirá bastante!

Com o passar do tempo, o estilo sofreu alterações e hoje temos diversos sub-gêneros de rock (folk rock,  blues-rock, jazz-rock,soft rock, glam rock, heavy metal, hard rock, rock progressivo, punk rock, new wave, punk hardcore, rock alternativo, grunge, britpop, indie rock e o new metal). Notar-se-á que sua expansão foi tanta que ultrapassou até mesmo as fronteiras da música; seu impacto repercutiu em toda a sociedade e ocasionou mudanças de comportamentos, de atitudes, de vestimentas e de linguagem. Quase sempre ao lado de uma polícia revolucionária, entrou para a história principalmente por sua força nos anos 1960, com os movimentos de contracultura em todo o mundo.

Com o objetivo de erradicar a fome na Etiópia, em 13 de julho de 1985, Bob Geldof [1] organizou um show simultâneo em Londres e em Filadélfia, o chamado Live Aid, contando com a presença de artistas como The Who, Led Zeppelin, Dire Straits, Queen, David Bowie, B. B. King, Mick Jagger, Sting, Scorpions, U2, Paul McCartney, Phil Collins, Eric Clapton e Black Sabbath. O evento foi transmitido pela BBC para diversos países e definitivamente chamou a atenção do mundo para a miséria no continente africano. Desde então, o dia 13 de julho passou a ser conhecido como Dia Mundial do Rock.

Aqui no TOP 10 terei a ousadia de enumerar 10 grandes clássicos do Rock, não os melhores, mais os mais marcantes para mim. Infelizmente a lista é pequena, então é provável que grandes obras fiquem de fora. Também não conseguirei representar todos os artistas/bandas, já que, neste casso, felizmente, temos fartura. Tentarei deixar minimamente claro os critérios de escolha nos comentários que seguem cada colocação. Gostaria de ver seus comentários e, se possível, a extensão desta lista com a assinatura de todos vocês!

Let’s rock!!!

Pode-se dizer que "Purple Haze" é uma canção nervosa. A melodia, os riffs e a guitarra suja expressam muito bem a névoa que Jimi Hendrix se refere na letra. Presente no álbum Are You Experienced, de 1967, é talvez a principal obra de Jimi, considerada pela revista Rolling Stone como umas das "500 Melhores Canções de Todos os Tempos", na 17ª posição. Aqui, "Purple Haze" abre a contagem com o décimo lugar.

9º - Stairway to Heaven (Led Zeppelin)



"Stairway to Heaven", do Led Zeppellin, é um clássico do rock mesmo sem a agitação costumeira. Lançada no álbum Led Zeppelin IV, em 1971, foi eleita pelo canal americano VH1 como a 3ª, das "100 melhores canções de rock", e pela revista "Rolling Stone como a 31ª, das "500 Melhores Canções de Todos os Tempos". E se em um show de rock que se preze não pode faltar uma boa canção lenta, dedilhada à guitarra, na nossa lista também não. "Stairway to Heaven" ocupa o 9º lugar.

"Another Brick in the Wall" aborda uma questão séria; a educação. Para ser mais exato, a canção, composta em três partes, faz uma pertinente crítica ao sistema educacional totalitário e repressor, em especial aos internatos. Lançada pela banda Pink Floyd, no álbum The Wall (que posteriormente se transformou em um filme), em 1979, a canção se desenvolve lentamente, como uma revolução que cresce atrás de muros e alcança o mundo. A terceira parte, mais enfática, já não tem a timidez dos primeiros versos e escancara o protesto juntamente com vozes infantis a declarar: "Hey! Teachers! Leave them kids alone!".

7º - Helter Skelter (The Beatles)


"Helter Skelter" é por muitos considerada a primeira música hard rock/heavy metal da história. A conheci através de um filme com o mesmo nome, mas, lendo sobre sua criação, descobri que a letra trata da questão da ascensão e queda, ou seja, temos composição propositalmente conturbada  e barulhenta, segundo McCartney –. Foi lançada no Álbum Branco,dos Beatles, em 1968. Acho que nem preciso mencionar a importância histórica desta canção e as consequências que ela trouxe para o mundo da música. É dela a nossa 7ª colocação.

6º - Satisfaction (Rolling Stones)


Antes de chamar atenção para a canção, enfatizo a inesgotável saúde dos Stones e a plateia enlouquecida deste vídeo. Feito isso, o que dizer do famoso e poderoso riff de guitarra de Keith Richards? Do refrão que todo mundo já cantou ao menos uma vez na vida? Bom, desta canção lançada no álbum Out of Our Heads, em 1965,ressaltarei apenas o seu pequeno protesto contra o "homem do rádio" que vem dizer coisas inúteis. Isso não mudou muito, não é verdade? Então continuemos buscando, "we can get satisfaction!".

5º - Smells Like Teen Spirit (Nirvana)


Lembro ainda hoje a primeira vez que ouvi Smells Like Teen Spirit. Eu devia ter pro volta dos 12 ou 13 anos quando o vizinho ligou esse som no volume mais alto. Recordo que a primeira coisa que pensei foi "que p* é essa?!", e então percebi que não sabia nada de rock, só sabia que gostava muito! Lançada pelo Nirvana no álbum Nevermind, em 1991, a canção é responsável por trazer a banda aos holofotes do mainsteam. Em sua letra, não muito simples de entender, perpassam situações e aspirações de revolução juvenil. Aumenta o volume, essa é pra gritar junto!

Simplesmente um dos melhores refrões de todos os tempos, na minha opinião. Poucas vezes ouvi uma música que dá tanta vontade de cantar, dançar, pular, tocar... Como diriam os próprios integrantes do Kiss, é uma música que transmite o espírito festeiro e o mundo divertido do rock. "Rock And Roll All Night" foi lançada originalmente em 1975, no álbum Dressed to Kill, e assume a nossa 4ª colocação. Pode aumentar o volume nessa também!

3º - Back in Black (AC/DC)


Famosa por seu inconfundível riff de guitarra na introdução, "Back in Black" faz parte de um dos álbuns mais vendidos de todos os tempos, o também chamado Back in Black, com mais de 50 milhões de cópias vendidas em todo o mundo, atrás apenas de Thriller, de Michael Jackson. A música, que fala sobre o retorno de um luto, é uma espécie de tributo do AC/DC ao ex-integrante Bon Scott que veio a falecer em 1980 de forma ainda misteriosa. 

Em "Sweet Child Of Mine" tudo é clássico. O riff, o solo, o guitarrista, o vocalista... O timbre agudo e rouco de Axl Rose somado à sua aparência "descolada"   esteriótipo de roqueiro na cultura popular    influenciaram gerações e gerações de roqueiros mundo à fora, assim como o folclórico guitarrista Slash, hoje em carreira solo. Lançada pelo Guns N' Roses, em 1987, no álbum Appetite for Destruction, é provavelmente a mais característica música do Hard Rock. Indispensável em qualquer set list do gênero.

1º - Jailhouse Rock (Elvis Presley)


O primeiro lugar não poderia ser de outra canção ou de outro artista. "Jailhouse Rock", do eterno Rei do Rock, Elvis Presley, é um dos maiores clássicos do rock and roll de todos os tempos. É uma daquelas canções que não deixa ninguém ficar parado e contagia multidões, seja com a tradicional dancinha ou na tentativa de imitar os passos do Rei. A canção foi lançada como single, em 1957, para coincidir com o lançamento do filme de Elvis também chamado Jailhouse Rock. Além de vencedora do nosso TOP 10, também foi eleita a número um do The Rock and Roll Hall of Fame's 500 Songs that Shaped Rock and Roll.

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Espero que tenham gostado deste Top 10 especialmente dedicado ao Rock. Deixe a sua opinião, crie a sua própria lista ou envie sugestões para as próximas publicações. Até a próxima!

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[1] Bob Geldof foi também o organizador do Live 8, em 2005, com o objetivo de pressionar os líderes do G8 para perdoar a dívida externa dos países mais pobres erradicar a miséria do mundo.

quinta-feira, 24 de maio de 2012

Zoombido: De Um Nada Ainda Vivido


Estreia, na próxima quinta feira, dia 31 de maio, às 21h30, pelo Canal Brasil, a sétima temporada do Zoombido (De Um Nada Ainda Vivido). Apresentado por Paulinho Moska e dirigido pelo uruguaio Pablo Casacuberta, o programa traz para um bate-papo/depoimento grandes compositores da música brasileira. A ideia central é investigar tudo aquilo que envolve o processo criativo de cada autor, a sua relação com o “fazer”: “Como é que se faz uma canção? O que sente um compositor quando cria? Qual o sentido da música em suas vidas? Que tipo de atmosfera precisa para escrever uma letra? Como foi a primeira vez que a música invadiu sua vida, ainda na infância?”. [1]

segunda-feira, 21 de maio de 2012

Top 10: Loucura



Aconteceu, nesta sexta feira, dia 18 de maio, em referência à aprovação da lei que determina o fim dos hospitais psiquiátricos – a Lei Basaglia –, o Dia Nacional da Luta Antimanicomial. Estamos aqui falando de processos políticos que visam transformações nos serviços psiquiátricos e abertura para novos cenários de assistência psicossocial. Este movimento está originalmente ligado à Reforma Sanitária Brasileira – da qual resultou a criação do SUS – e à experiência de desinstitucionalização da Psiquiatria, desenvolvida por Franco Basaglia, na Itália, nos década de 1960. Não pretendo alongar o assunto, entretanto, devido à sua importância, recomendo a todos maior aprofundamento. As discussões no campo da saúde mental não têm sido compartilhadas com o grande público e é necessário tomar parte das mesmas. A Luta Antimanicomial é um processo político e social complexo, composto de diversos atores, e, antes de tudo, exige transformações de práticas, saberes, valores culturais e sociais. Somente através do enfrentamento cotidiano dos desafios e conflitos será possível um quadro de transformação. Procurem, em suas cidades, os Centros de Apoio Psicossocial (CAPS) e se informem. A luta é diária e não pode parar!

segunda-feira, 23 de abril de 2012

Como estão vocês?



Como estão vocês? Março e abril voaram, não é verdade? Enfim, indo logo ao que interessa, vocês devem ter notado minha ausência e quebra no bom ritmo de publicações que vínhamos conseguindo manter nos últimos meses. Credito esse pequeno afastamento a múltiplas causas e é sobre isso que esse texto pretende tratar. Relatarei brevemente as atividades que têm exigido uma maior atenção e, de antemão, informo que a música ocupa um lugar central nessas atividades.

quinta-feira, 8 de março de 2012

Top 10: Cantoras


Jamais imaginei que listar esse Top 10 fosse uma tarefa tão difícil. A fim de fazer uma eleição justa, debrucei-me sobre pesquisas e mais pesquisas na internet, felizmente contando com a sorte de ter iniciado a tempo de publicar na data planejada. Descobri tantas cantoras extraordinárias que a lista não demorou de chegar à faixa de 50 candidatas. O nível do material encontrado foi tão impressionante que percebi, embora tenha sido o meu primeiro objetivo, que fazer justiça seria impossível. A única forma que encontrei de enfim decidir foi estabelecer critérios avaliativos. Confesso que não deixei de lado a minha preferência, afinal, esta sessão tem o intuito de mostrar um pouco a maneira que enxergo algumas categorias, mas tentei ao máximo guiar-me por quesitos como técnica vocal, timbre, expressão, influência, prêmios e até mesmo vendagem.

domingo, 26 de fevereiro de 2012

O espetaculaaaaaaar mundo do cinema!

Por Junio Queiroz¹


Com certeza você tem uma música que “toca” na sua cabeça naqueles momentos em que a empolgação fala mais alto. Alguma batida, algum coral, algum som vindo de uma orquestra que torna aquele momento ÉPICO. Geralmente eu faço referência às canções que já escutei em algum momento da minha curta vida. Na maioria das vezes as minhas canções são retiradas dos desenhos com cenas de triunfo em que o herói surge de forma imponente para salvar o dia e uma aura brilha ao redor. Eu sou um apaixonado por música e sempre carrego meu aparelho de som com vários tipos de músicas, com vários temas e muitos deles são trilhas sonoras de filmes que marcaram de forma significativa.

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Top 10: Marchinhas de Carnaval


Sejam todos bem vindos a mais nova sessão deste blog! Mensalmente, a partir de hoje, o Top 10 irá eleger – sem deixar de considerar o viés subjetivo da arte – o que há de melhor no mundo da música. Além de critérios técnicos e artísticos, a seleção terá caráter opinativo e pessoal, respeitando possíveis discordâncias. O Top 10 não se pretende verdade absoluta, consenso ou referência de qualidade, mas apenas um espaço de homenagem a grandes artistas e suas respectivas obras com livre abertura para discussões e troca de informações.

sábado, 4 de fevereiro de 2012

Dossiê Carnaval


Pretendo iniciar aqui uma espécie de dossiê. Os documentos listados abaixo retratam, de maneira crítica, a história e a contemporaneidade do Carnaval enquanto manifestação da cultura popular passível de contradições políticas e ideológicas. A ideia é expandi-lo diariamente para gerar a cada ano uma edição atualizada.  Enviem textos, músicas, reportagens, poemas, fotografias, etc. Conto com a contribuição de todos para construirmos juntos um riquíssimo acervo crítico do Carnaval brasileiro. Eis o primeiro passo:

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Festival de Verão 2012

Desde 1999, Salvador é palco de um dos maiores festivais de música popular do país. Com todas as suas edições realizadas no Parque de Exposições Agropecuárias da cidade, o Festival de Verão foi idealizado pela IContent, empresa do grupo Rede Bahia, a princípio, em comemoração aos 450 anos da capital baiana. Apostando em uma estrutura grandiosa e na mistura de gêneros musicais, o evento consolidou-se no calendário do verão brasileiro principalmente pelo renomado elenco de artistas nacionais e internacionais envolvidos. Palcos secundários e tendas alternativas completam a lista de atrativos.

sábado, 14 de janeiro de 2012

Feliz aniversário!

Há um ano venho publicando pensamentos, críticas e reflexões. É necessário dizer, entretanto, que a minha recente história enquanto ‘escritor’ tem origem ainda mais distante, quando fui impulsionado pelo mesmo fator que os demais escritores que conheço.  Eu ainda era um menino quando descobri o encantado mundo da literatura. Acredito que o fato de ver os meus pais em constante atividade de leitura tenha despertado em mim o interesse por essa prática tão necessária e prazerosa nos dias de hoje. Iniciando com uma típica ficção para garotos da minha geração, aos poucos tive acesso a obras clássicas da literatura infanto-juvenil, me apaixonando, definitivamente, pelos gêneros populares de romance policial e aventura.

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Divagações sobre religião, intolerância e guerras

"Acreditar num deus cruel, faz um homem cruel."
Thomas Paine

Com muita honra recebi do meu amigo Junio Queiroz a difícil tarefa de escrever, para o seu blog, sobre um dos temas mais delicados de todos os tempos. É necessário deixar claro que o mesmo não estipulou nenhum tipo de censura ou restrição, deixando-me absolutamente à vontade para expressar minhas opiniões, mesmo que estas, porventura, entrem em divergência com as suas. A presente publicação tem caráter especial de fim de ano e foge um pouco ao tema recorrente do blog. Adianto que comentários de conteúdo ofensivo não serão permitidos aqui. Boa leitura!

domingo, 23 de outubro de 2011

I Festival PSI de Música


Dezessete dias. Esse foi o tempo que tivemos para planejar, organizar, produzir e realizar o I Festival PSI de Música na Faculdade Social. A noite de 30 de setembro de 2011 não foi apenas o último dia útil do mês e daquela semana, mas também o anúncio de que os dias que estavam por vir seguiram a mesma tônica emergencial comum a esses períodos. O relógio iria continuar acelerando e o tempo não esperaria por nós!

domingo, 9 de outubro de 2011

Um outro ponto de vista sobre o Rock in Rio


A quarta edição brasileira do Rock in Rio se revelou um objeto de análise tão rico que a tentação de quebrar o formato de postagens mensais aqui no blog falou mais alto. O evento disparou tantas questões que foi impossível fazer um recorte específico do tema. Pensando nisso, decidi escrever livremente as minhas impressões sobre a estrutura, sobre os shows, transmissão, etc., sem nenhuma pretensão de esgotar o assunto ou tonar essas mesmas impressões verdades absolutas.

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

O 3º aniversário



"O mundo é opaco para a consciência ingênua que se detém nas primeiras camadas do real"
Ecléa Bosi

Embora a crença em superstições – ou qualquer outra coisa de caráter sobrenatural – não faça parte do meu dia a dia, confesso sustentar ligeira simpatia pelo número 3. As coincidências acerca deste número ao longo da minha vida já seriam o suficiente para tomar a data de hoje como especial, mas a peculiaridade da ocasião mostra-se significativa e digna de uma celebração, mesmo que apenas simbólica.

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Uma puta falta de sacanagem: da Beatlemania à Família Restart

"Somos cidadãos imperfeitos e consumidores mais que perfeitos"
Milton Santos

Eu não ousaria dizer que todo artista depende de público. Essa relação, que não é diretamente proporcional, não é também, necessariamente, uma relação inversa. É possível viver a arte cotidianamente sem fazer dela um objeto público, ao mesmo tempo em que a mesma pode ser resultado ou instrumento de trabalho, seja ele remunerado ou não. Pode parecer uma questão óbvia, mas quis tomá-la como premissa antes de isolar a relação da música com o público e o seu caráter econômico e comercial.

A música é uma das modalidades artísticas mais populares. Esteve sempre presente nas diversas esferas sociais servindo como expressão ou mediadora da relação indivíduo-cultura. Não pretendo traçar o percurso histórico dessa relação, pois, além de não ser propício ao formato do blog, demanda um refinado trabalho de pesquisa do qual não seria possível e necessário agora. Proponho que nos debrucemos, sem maniqueísmo, sobre a referida relação apenas no que diz respeito aos últimos anos, no sentido de perceber a interferência da tecnologia nos meios de comunicação modernos e as principais diferenças entre fãs e artistas de algumas décadas atrás e os de hoje.

terça-feira, 26 de julho de 2011

Sobre forró, música sertaneja e roupas de inverno no sertão nordestino

Desde a postagem sobre o Carnaval, em março deste ano, decidi utilizar a festa de São João como objeto de análise no A Sorte Nos Dirá Que Sim. Confesso que nessas férias peguei estrada planejando depurar e transcrever criticamente o atual momento cultural e musical deste período do ano, no entanto, mesmo que aspectos específicos tenham causado grata surpresa, a maior parte do que vi permaneceu nos limites esperados.

Igreja de Nossa Senhora da Saúde
Localizado na região do Médio São Francisco, Tacaratu é um município do estado de Pernambuco e seu nome, de origem indígena, significa "serra de muitas pontas ou cabeças". Com área de 1.253,7 km² e população estimada de 20.552 habitantes, toda a sua economia é gerada a partir do artesanato e da indústria têxtil comercializados em outros estados do país e até mesmo no exterior. Apesar de pequena, Tacaratu não é muito diferente das outras cidades brasileiras no que diz respeito à desigualdade social; a riqueza é distribuída de maneira desigual e se concentra na menor parcela da população.

segunda-feira, 30 de maio de 2011

I Festival Social de Música


Assim como nas edições anteriores, a Semana Acadêmica da Faculdade Social surpreendeu e fez bonito! Em 2011 a grande novidade foi o I Festival Social de Música, que aconteceu no Teatro ISBA dia 25/05. Aberto ao público, o evento teve início logo após a mesa redonda que discutiu a “Sociedade de Consumo, alienação e inversão de valores” e contou com a participação de cinco bandas, empregando um viés mais cultural e artístico ao evento naturalmente acadêmico.

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Strong Enough To Break: fortes o bastante para romper?

Certa madrugada, revisitando as bandas que ouvia na minha adolescência, encontrei um documentário que julgo ser muito pertinente à temática deste blog, principalmente em relação ao texto “Música: arte ou entretenimento?”. Dirigido por Ashley Greyson e publicado no ano de 2006, Strong Enough To Break ilustra todos os obstáculos que as bandas encontram para produzir e lançar um disco no mercado.

A história real se passa com a banda estadunidense Hanson, entre os anos de 2001 e 2004. Todo o processo de produção e gravação foi registrado, incluindo conversas com produtores e diretores da gravadora Island Def Jam. Após três longos anos de muitas frustrações e impedida de fazer um trabalho de acordo com a sua identidade, a banda rompe o contrato com a IDJ, lança o seu terceiro álbum de estúdio, intitulado Underneath, e também o seu próprio selo, a 3 Car Garage Records, tornando-se uma das mais bem sucedidas bandas no cenário independente.

domingo, 13 de março de 2011

A Máscara do Carnaval

As cinzas da quarta feira pairam sobre a cidade do Carnaval. Invisível, essa camada densa de poeira enfeitiça e distorce o real através de uma alegria enlatada. Torpor fabricado por grandes empresas de marketing e incorporado por milhares de foliões que ansiosamente esperam o próximo ano para mais uma semana de festa.

Não é novidade alguma dizer que o Carnaval de Salvador é único no mundo, mas é um engano pensar que tal peculiaridade se deve somente à sua beleza.  O fato é que o verdadeiro Carnaval foi substituído por uma ideia capitalista de Carnaval, onde a industrialização da cultura veste a fantasia de cultura popular e sob essa máscara tira do povo os seus direitos. Empresários assumem o posto de “donos” da festa, inventam cordas, abadás e camarotes. Criam passaportes para o luxo, status e poder e os verdadeiros donos são postos às margens da folia, instaurando-se a segregação.

sábado, 15 de janeiro de 2011

Música: arte ou entretenimento?

“Milhares de pessoas cultivam a música; poucas porém têm a revelação dessa grande arte.” 
Ludwig Van Beethoven

Ao longo de uma curta carreira musical, questionei-me por diversas vezes sobre o lugar que a música ocupa na sociedade. Não sei hoje se tenho resposta para tal questionamento, mas considero ter falcançado camadas mais profundas de reflexão com o passar do tempo. Não é pretensão minha impor aqui uma verdade, desejo apenas expor um ponto de vista e compartilhar com vocês leitores.

Sempre ouvi falar que a música é uma forma de expressão e que representa a cultura de um determinado povo. Sobre o nosso país, o Brasil, nunca duvidei de sua enorme riqueza e pluralidade cultural, embora tenha notado, também, ao longo das últimas décadas, uma decadência crescente neste âmbito.