sábado, 14 de janeiro de 2012

Feliz aniversário!

Há um ano venho publicando pensamentos, críticas e reflexões. É necessário dizer, entretanto, que a minha recente história enquanto ‘escritor’ tem origem ainda mais distante, quando fui impulsionado pelo mesmo fator que os demais escritores que conheço.  Eu ainda era um menino quando descobri o encantado mundo da literatura. Acredito que o fato de ver os meus pais em constante atividade de leitura tenha despertado em mim o interesse por essa prática tão necessária e prazerosa nos dias de hoje. Iniciando com uma típica ficção para garotos da minha geração, aos poucos tive acesso a obras clássicas da literatura infanto-juvenil, me apaixonando, definitivamente, pelos gêneros populares de romance policial e aventura.

Os primeiros exercícios de escrita vieram um pouco mais tarde, decorrentes da minha relação com a música, por volta dos 12 anos de idade. Satisfeito com a atividade de letrista e focado numa carreira musical, não ousei me aventurar como poeta e usar os poucos lampejos de inspiração em textos sem melodia. Com o passar dos anos e a chegada ao ensino superior, constantes produções acadêmicas fizeram do meu gosto pela escrita formal – já notado nas provas de redação durante o ensino médio – uma necessidade tão constante como a da escrita artística. A partir de então percebi que nem tudo o que eu pensava caberia nos poucos minutos de uma canção popular e a academia, com as suas próprias exigências e cronogramas, não seria o canal mais apropriado para experimentações. Na tentativa de encontrar algum ponto de intersecção, pensei em escrever um livro, ideia imediatamente descartada, já que eu não tinha uma história pra contar, não tinha personagens, lugares... Na verdade tudo o que eu tinha era uma punhado de ideias desorganizadas; uma mistura das experiências de uma vida dedicada à música com as recentes descobertas e reflexões teórico-filosóficas.

Foi durante uma aula do professor Carlos Barros, na disciplina de Personalidade, indivíduo e cultura, ao longo do meu quinto semestre do curso de psicologia, que a ideia para este blog me veio mais concreta. Ao discursar sobre os teóricos da Escola de Frankfurt, o termo “indústria cultural” e o seu conceito serviram como o encaixe para tudo aquilo que eu vinha pensando. Teorias de comportamentos sociais elaboradas por autores como Fromm, Adorno, Horkeimer e até mesmo clássicos de Freud, Hegel e Marx tornaram-se o meu alicerce. Percebi a relação estreita entre coisas que nos parecem distintas no senso comum e pude dar novos sentidos a episódios da minha trajetória musical.

A publicação inaugural traz um apanhado da ideia que tenho sobre a música e os seus rumos históricos com base nos teóricos mencionados e em inúmeras conversas com amigos. Ao emitir opiniões parecidas ao longo dessas discussões, percebi que tinha um material interessante para dar início e continuidade ao projeto do blog. Resolvi sentar e escrever. Pesquisei e procurei fundamentos, esforcei-me para que minhas reflexões não parecessem devaneios absurdos. Centralizei as informações e materiais da minha carreira musical e intitulei o blog com o trecho de uma das minhas composições. A sorte estava lançada! Eu tinha agora um espaço para compartilhar ideias artísticas, políticas e culturais. Um espaço para divulgar minhas produções em áudio, vídeo, imagens e textos. Transformei um espaço vazio na internet em um local de encontro para amigos e pessoas desconhecidas, um local de vida inteligente e constante produção coletiva. Falamos sobre o Carnaval, São João, segmentos musicais diversos, mercado fonográfico, religião, eventos de cultura e entretenimento... Em troca recebi dos leitores resultado jamais esperado; o nível dos comentários, a profundidade atingida nas discussões, os mais de 10.000 acessos e tudo o que eu aprendi ao longo deste ano é, sem a menor sombra de dúvida, impagável!

É claro que nada disso teria sido possível sem algumas parcerias fundamentais. Agradeço em especial aos amigos Lucas Andrade, do blog VérticeX e Junio Queiroz, do blog Tenha Medo!. Agradeço também aos leitores assíduos e todos aqueles que compartilharam nossas conversas por aí. Agradeço aos amigos pelas conversas inspiradoras e aos professores que tanto me ensinaram. Agradeço aos desconhecidos que vieram parar aqui por acaso e aos meus estimados seguidores do Twitter e Facebook, veículos fundamentais de divulgação. Enfim, agradeço a todos que contribuíram de alguma forma para este ano de imensa satisfação e aprendizado.

Os rumos a serem tomados em 2012 ainda não estão fechados. Pretendo aumentar o número de publicações, discutir o dia a dia da música pelo mundo e investir ainda mais na interatividade através de promoções, enquetes e publicações de outros autores. O que espero deste novo ano é que continuemos a nos encontrar e a dividir experiências e conhecimento. Que esta maravilhosa sensação de soprar as velinhas possa se repetir por muitos e muitos anos. A sorte nos dirá que sim!

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