quinta-feira, 8 de março de 2012

Top 10: Cantoras


Jamais imaginei que listar esse Top 10 fosse uma tarefa tão difícil. A fim de fazer uma eleição justa, debrucei-me sobre pesquisas e mais pesquisas na internet, felizmente contando com a sorte de ter iniciado a tempo de publicar na data planejada. Descobri tantas cantoras extraordinárias que a lista não demorou de chegar à faixa de 50 candidatas. O nível do material encontrado foi tão impressionante que percebi, embora tenha sido o meu primeiro objetivo, que fazer justiça seria impossível. A única forma que encontrei de enfim decidir foi estabelecer critérios avaliativos. Confesso que não deixei de lado a minha preferência, afinal, esta sessão tem o intuito de mostrar um pouco a maneira que enxergo algumas categorias, mas tentei ao máximo guiar-me por quesitos como técnica vocal, timbre, expressão, influência, prêmios e até mesmo vendagem.


Como prometido na ultima edição do Top 10, esta publicação é uma pequena homenagem às mulheres. Além de todo o respeito que dedico à classe feminina, tenho grande apreço ao contexto histórico e político que deu origem à atual data internacional de celebração. Apesar de comemorações desse tipo já terem existido em outras datas, o dia 8 de março refere-se diretamente às manifestações das mulheres russas por melhores condições de vida e trabalho e contra a participação do país na Primeira Guerra Mundial – suas ações foram decisivas para o início da Revolução de 1917Não deixa de ser verdade que as comemorações atuais ganharam sentido oposto ao revolucionário de outrora privilegiando o comércio do sistema capitalista, nesse sentido, a homenagem do “A Sorte Nos Dirá Que Sim!” vai para grandes mulheres que revolucionaram e estão revolucionando a música, se firmando, cada vez, em um hostil mercado dominado pelos homens.


Eu ainda cursava o ensino fundamental quando ouvi Céline Dion pela primeira vez. A sua participação na trilha do filme Titanic e o estrondoso sucesso no Óscar de 1998 chamaram atenção até mesmo de crianças como eu, que nada entendiam sobre música ou cinema. Quando comecei a escrever este texto e cogitei sua entrada na lista, cheguei a pensar que poderia estar tendo uma visão um tanto romanceada, pois, desde a infância, a via como sinônimo de prêmios e grandes trilhas. Ao me aprofundar nas pesquisas, entretanto, percebi não estar tão enganado assim; sua carreira é, de fato, repleta de recordes, prêmios e indicações. Pela delicadeza e elegância até mesmo nas notas mais altas e potentes, Céline Dion abre nossa lista de hoje ocupando a 10ª posição.

Biografia: Céline Dion iniciou sua carreira em 1981 e alcançou fama mundial depois de assinar com a Epic Records, durante a década de 1990. Com ajuda de René Angélil, seu marido, lançou álbuns em inglês e em francês, tornando-se uma das artistas mais bem sucedidas da história da música pop. Vocalmente é 
classificada como mezzosoprano leggero e possui extensão de 2,1 oitavas (Bb2-C6). Domina técnicas como o falsete e o whistle register e seu eficiente uso do belting nos agudos possibilita o alcance de notas na escala de soprano, chegando até a quinta oitava. Ao longo da sua carreira, Céline embalou grandes hits e conquistou diversos prêmios. Entre os mais importantes estão 2 Óscars, 5 Grammy's, 12 World Music Awards, 7 American Music Awards, 7 Billboard Music Awards, 40 Félix Awards no Quebéc e 21 Juno Awards. A canção My Heart Will Go On, tema do filme Titanic e carro-chefe do álbum Let's Talk About Love, atingiu o 1°. lugar na Billboard e foi premiada com 3 Óscars, tornando-se a música mais tocada da história e a música mais famosa cantada por uma mulher. De acordo com as contas mais recentes da Sony Music Entertainment, a cantora, que neste mês completa de 44 anos, já vendeu por volta de 200 milhões de álbunssendo, com isso, a segunda mulher que mais vendeu discos e o quarto artista solo mais bem-sucedido da história.


Nunca fui um grande fã de Mariah Carey no que se refere ao seu repertório. Toda a admiração que lhe tenho diz respeito, principalmente, à sua técnica e ao seu timbre, um dos mais bonitos que já ouvi. A suavidade com que emite tanto as notas graves quanto as agudas chega a ser hipnotizante e puro deleite para os ouvidos (gosto especialmente da canção One Sweet Day, em parceria com o grupo vocal Boyz II Men). Não à toa, Mariah se tornou uma das maiores referência desta geração; é vencedora de prêmios incontáveis em diversas categorias e ouvi-la, por si só, é uma sofisticada aula de canto. Seu incontestável sucesso comercial e técnica vocal irretocável são mais que suficientes para lhe garantirem a nossa 9ª colocação.

Biografia: Mariah Carey fez sua primeira gravação em 1990 e após casar-se com Tommy Mottola, executivo da Columbia Records, lançou uma série de sucessos, tornando-se a primeira artista a ter 5 singles de estreia no Top 5 da BillboardHot 100. Dona de um timbre cheio e rouco, atualmente é classificada como soprano dramático coloratura frequentemente alcança notas que estão na sétima oitava. Domina com maestria técnicas como whistle register, belting, staccato e melisma. Carey é também uma grande colecionadora de hits e prêmios, tendo recebido ao longo da carreira 5 Grammy’s, um Óscar (When You Believe), um Globo de Ouro e o prêmio de "Artista do Milênio" pela World Music Awards. Em 2005 seu álbum The Emancipation of Mimi tornou-se um dos mais vendidos e populares da década de 2000 e o single We Belong Together tornou-se o mais bem sucedido de sua carreira musical, sendo a canção mais premiada da década pela Billboard. De acordo com a RIAA, ela é a terceira artista feminina mais vendida nos Estados Unidos com cerca de 63 milhões de cópias, atrás apenas de Madonna e Barbra Streisand. Em abril de 2008 emplacou o seu décimo oitavo single número #1 na Billboard Hot 100 e tornou-se a artista solo com mais singles em primeiro lugar na parada. No mesmo ano foi incluída pela revista Time entre as 100 pessoas mais influentes do mundo.




Não sei ao certo, talvez já a conheça há pouco mais de um ano, mas ainda percebo um agradável quê de novidade sempre que ouço Nina Simone. A primeira música que ouvi em sua voz foi I’m Feeling Goodcanção que conhecia em versão recente do cantor canadense Michael Bublé, surpreendendo-me desde os primeiros segundos, onde canta a capella. A cada vez que busco novas interpretações suas ou leio algo sobre sua vida, descubro a grande força, sensibilidade e coragem que tinha. Sem a menor dúvida foi uma grande cantora, compositora e pianista por sua visceralidade e inspiração. Não podia estar fora desta lista e é dona da nossa 8ª posição.

Biografia: Nascida Eunice Kathleen Waymon, Nina Simone adotou seu nome artístico aos 20 anos para poder cantar blues, a "música do diabo", nos cabarés de Nova IorqueFiladélfia e Atlantic City escondida de seus pais, pastores metodistas. "Nina" deriva de pequena ("little one") e "Simone" diz respeito a uma homenagem feita à grande atriz do cinema francês, Simone Signoret, que era a sua favorita. Ao longo de toda a sua vida demonstrou grande ativismo político, chegando a ser perseguida por sua cor e por lutar publicamente contra todo tipo de racismo. Em casa sofria violência de seu marido, que a espancava constantemente. Na morte do pacifista Martin Luther King, Nina esteve presente e cantou. A música de sua autoria, Mississippi Goddamn
, que fala sobre o assassinato de quatro crianças negras numa igreja de Birmingham em 1963, tornou-se um hino da causa. Como cantora passeou por diversos estilos, passando pelo gospelsoul, blues, folk e jazz e foi uma das primeiras artistas negras a fazer parte da Juilliard School of Music, uma renomada instituição de música em Nova Iorque. Em duas oportunidades visitou o Brasil, onde gravou com a cantora Maria Bethânia e fez seu último show, no ano de 1997, no Metropolitan. Morreu dormindo em 2003, aos 70 anos.




Confesso que não conhecia a obra de Billie Holiday até preparar esta postagem. Cheguei até ela meio que sem querer, num desses milhares de afluentes que a navegação na internet nos possibilita, e fui recompensado  com nada menos que uma das maiores preciosidades do jazz. Após horas ouvindo grandes clássicos em sua voz, tratei de pesquisar também a sua biografia e fiquei sensibilizado com a vida sofrida que levou. No fim das contas não sei bem o que dizer sobre Billie, apenas sei que ouvi-la me traz paz, aquela calmaria típica das canções de ninar. Suas interpretações destacadamente sentimentais, que serviram como forte influência para as gerações seguintes, lhe garantem a nossa 7ª colocação.

Biografia: Apelidada d
e "Lady Day" por seus fãs, Billie Holiday passou por grandes sofrimentos antes de ingressar no mundo da música. Foi violentada na infância e durante a adolescência viveu em casas de correção para vítimas de abuso. Depois de trabalhar limpando chão de prostíbulos, aos 14 anos passou também a se prostituir. Em 1930 se viu ameaçada de despejo e, sem sucesso, buscou emprego de dançarina num bar do Harlem. Penalizado por sua situação, o pianista local lhe pediu que cantasse, iniciando, assim, sua carreira. Billie não teve educação formal de música; gravou o seu primeiro disco com a big band de Benny Goodman após três anos de apresentações em diversas casas, quando chamou a atenção do crítico John Hammond. Sua consagração veio com apresentações ao lado das orquestras de Duke Ellington, Artie Shaw e, é claro, Louis Armstrong. Por sua voz etérea, flexível e levemente rouca, dicção e fraseados claros, repletos de sensualidade e emoção, Billie foi uma das mais comoventes cantoras de sua época. Apesar do sucesso e da pouca idade, sucumbiu ao álcool e às drogas vivendo difíceis momentos de depressão claramente refletidos em sua voz. Pouco antes de morrer, aos 44 anos, publicou sua autobiografia intitulada de "Lady Sings the Blues" (1956), posteriormente adaptada para o cinema, em 1972, com Diana Ross no papel principal. Atualmente a música P.S: I Love You – juntamente com outros clássicos do jazz da década de 1940 – foi incluída na trilha do game L.A. Noire. É, por muitos, considerada a maior de todas as cantoras do jazz



A mais jovem desta lista e contemporânea a mim, Christina Aguilera fez parte de um grupinho de artistas teen que por muito tempo ouvi durante minha pré-adolescência. Hoje é uma cantora madura que conquistou o respeito do público adulto e da crítica por sua imensa capacidade vocal. No velório da cantora Etta James, de quem sempre foi fã declarada, fez uma apresentação épica do grande clássico At Last, chamando atenção para a infinidade de recursos técnicos que domina, do qual destaco, principalmente, o drive, ou vocal rasgado. Considerada por muitos a maior voz dessa geração e a maior vocalista de todos os tempos, "a pequena garota do vozeirão", num corpo de apenas 1,56m de altura, ocupa a nossa 6ª posição.

Biografia: Christina Aguilera iniciou sua carreira na televisão na década de 1990 aparecendo no programa de talentos Star Search e depois no campeão de audiência da época, 
O Clube do Mickey. Foi contratada pela RCA Records em 1999 após de interpretar Reflection, para o filme Mulan. Seu primeiro disco vendeu mais de 18 milhões de cópias e se tornou sucesso imediato, com três singles atingindo a primeira posição na Billboard Hot 100. Sua voz é classificada como soprano e possui extensão vocal de quatro oitavas. Vencedora de prêmios importantes como Grammy, Billboard Music Awards, World Music Awards, MTV Video Music AwardsMTV Europe Music Awards e indicada ao Globo de Ouro, foi nomeada pela revista Cove como a melhor cantora de todos os tempos. Em 2002 obteve grande sucesso com o álbum Stripped e a canção Beautiful, carro-chefe do disco, tornou-se uma das baladas mais tocadas na década. Seu videoclipe foi muito elogiado pela crítica por mostrar a realidade de vários grupos sociais que sofrem preconceitos, rendendo-lhe o prêmio especial da Aliança Anti-Difamação Gay-Lésbica e também o de melhor performance vocálica feminina de música pop. Já vendeu mais de 53 milhões de álbuns, 35 milhões de singles e foi incluída pela revista Rolling Stone entre os 100 melhores cantores da história, na 58º colocação, sendo a única artista contemporânea na lista.



Tina Turner é daquele tipo de artista que te deixa boquiaberto e sem acreditar no que está vendo e ouvindo. Seu timbre de voz forte e rouco é inconfundível e a administração que faz dos graves e agudos é agressiva, decidida, magistral. Ao vivo o impacto é ainda maior; sua performance e a magnitude dos seus shows são reconhecidas nos quatro cantos do mundo. Na verdade Tina é o próprio show, mesmo aos 72 anos detém uma presença de palco eletrizante. Para quem duvida recomendo um simples clique no do vídeo acima, onde é possível ver a apresentação da música "We Don't Need Another Hero", do filme Mad Max (1985), em um show da turnê realizada  pela cantora em 2009. A essa grandiosa artista cabe a nossa 5ª colocação.

Biografia: Tina Turner iniciou sua carreira aos 17 anos quando conheceu Ike Turner. No início Tina fazia parte do coro de Ike, mas depois tornaram-se oficialmente a dupla Ike & Tina Turner. Separaram-se em 1974 devido ao comportamento agressivo de Ike, uso de drogas (cocaína e crack) e diferenças pessoais. A partir do papel que fez no filme Tommy (do The Who), atuando como "Acid Queen", ganhou o apelido que a acompanha até hoje. É considerada a Rainha do Rock, do Pop e a cantora mais bem sucedida da história em seu segmento, vendendo mais ingressos de show do que qualquer outro artista na história e com vendas de álbuns superiores a 200 milhões desde o seu retorno como cantora solo em 1984. Seu primeiro grande sucesso foi "Let's Stay Together", versão do clássico de Al Green, que entrou com força nas paradas daquele ano. Outro trabalho de grande êxito foi "We Don't Need Another Hero", que acabou se tornando o seu terceiro maior hit na Billboard e trilha da trilogia cinematográfica Mad Max (Mad Max Beyond Thunderdome), em que atuou como a vilã Aunty Entity – o clipe da música foi premiado com um Globo de Ouro. 


O específico contexto histórico em que o talento de Janis Joplin se popularizou é de suma importância para a compreensão do que ela representa, não só para o rock e para a música, mas para a cultura e a política de forma geral. Estamos falando da década de 1960, onde o movimento de contracultura ganhou dimensão internacional colocando em debate valores tradicionais e centrais vigentes na cultura ocidental. E se naquela época artistas de posicionamento crítico de fato agrupavam massas, o que falta aos artistas de hoje  e a nós mesmos – com a suposta liberdade de expressão a nosso favor? No melhor sentido da palavra, Janis foi um dos símbolos de uma geração transgressora. Apesar do curto tempo te vida, sua obra de imensa qualidade e atividade política serão lembradas por gerações e gerações. É sua a nossa 4ª colocação.

Biografia: Janis Joplin iniciou sua carreira cantando no coro da cidade onde morava sob a influência de grandes nomes do jazz e do blues. Alcançou o sucesso no fim dos anos 60 como vocalista da Big Brother and the Holding Company ao gravar o álbum Cheap Thrills, 1º lugar nas paradas da Billboard durante oito semanas não consecutivas e bastante popular entre a crescente comunidade hippie em Haight-Ashbury. Posteriormente, ao sair da Big Brother, formou a Kozmic Blues Band, que a acompanhou no festival de Woodstock e gravou o álbum I Got Dem Ol' Kozmic Blues Again Mama! (1969), premiado como disco de ouro.  Este grupo também se separou e Janis formou o Full Tilt Boogie, gravando, com eles, em 1971, Pearl (lançado postumamente), que teve como destaque a música "Mercedes-Benz", escrita pelo poeta beatnik Michael McClure. Considerada a Rainha do Rock and Roll e do Blues, fez de sua voz rouca, bem como as temáticas de dor e perda das suas canções, as suas principais característica, cultivando sempre uma atitude rebelde.  Foi encontrada morta aos 27 anos, em 1970, vítima de overdose de heroína. O filme The Rose, com Bette Midler
, foi baseado em sua trajetória de vida. Janis Joplin é, com certeza, um dos maiores nomes do rock, do canto e da música. 

Ouça também: 
Blowing In The WindBye Bye BabyCry Baby | Happy Trails | Me and Bobby McGeePiece of my Heart



Whitney Houston viveu o auge de sua carreira durante a década de 1990, mais especificamente em 1992, quando estrelou, ao lado de Kevin Costner, o filme O Guarda-Costas, grande sucesso do cinema. Não me considero um verdadeiro fã de Whitney; o insistente uso de suas músicas pela cafonice da indústria cultural em programas pseudo-românticos de rádio ou de auditório me afastaram um pouco do seu trabalho, o que não que dizer eu deixe de reconhecer o seu enorme talento e expressivo sucesso comercial. É desnecessário listar aqui as suas qualidades, afinal, não foi à toa que se tornou a artista mais premiada de todos os tempos. Ela não podia estar fora da nossa lista e muito menos do pódio, com todos os méritos ocupando a nossa 3ª posição.

Biografia: Whitney Houston começou a cantar no coral gospel júnior da Nova igreja de Jersey aos 11 anos de idade. Afilhada da cantora
Aretha Franklin, atuou ao lado da mãe em casas noturnas na cidade de Nova Iorque até ser descoberta por Clive Davis, da Arista Records, e lançar o seu primeiro álbum em 1985 – o álbum de estreia mais vendido por uma artista feminina, com 25 milhões de cópias. É classificada como mezzosoprano dramático, tendo um alcance de 4 oitavas (A2-A6) e domínio ímpar de melismas e vibratos. Apelidada de “The Voice”, é considerada uma das mais belas e potentes vozes da história da música. É a artista mais premiada de todos os tempos, segundo o Guinness Book, estando inclusos em sua lista, por exemplo, 2 Emmy Awards, 6 Grammy Awards, 30 Billboard Music Awards e 22 American Music Awards, totalizando 415 prêmios até o ano de 2010. No cinema obteve grande sucesso com o filme O Guarda-Costas (1992). A trilha sonora original do mesmo recebeu o Grammy 1994 de Álbum do Ano e o seu single, I Will Always Love You, se tornou o mais vendido por uma artista feminina na história da música e a 6º música de maior sucesso de todos os tempos. De forma geral, foi uma das artistas mais bem sucedidos do mundo da música, tendo vendido mais de 200 milhões de discos. No ano de 2008 foi listada pela Rolling Stone na 34ª posição dos 100 maiores cantores de todos os tempos. Morreu recentemente, aos 48 anos, no dia 11 de fevereiro de 2012, por causas ainda desconhecidas. Devido ao seu talento e legado, Whitney Houston é frequentemente comparada a grandes artistas do passado, como Frank Sinatra, Aretha Franklin e Elvis Presley.


Ouça também: Greatest Love Of All | I Have NothingI Look To YouQueen Of The Night | Run To YouSaving All My Love For You



É possível que Aretha Franklin seja, de fato, a maior cantora popular do século XX. Se levarmos em consideração apenas aspectos técnicos, eu ousaria dizer que se trata de uma concorrente imbatível. Antes que cometer qualquer injustiça, é preciso ressaltar o seu belo timbre  destacado nos agudos longos e afinadíssimos  e as interpretações marcantes que fez ao longo da carreira. Sua voz é daquelas raridades que surgem apenas em longos intervalos de tempo. A grande influência e legado que deixou para o mundo da música ao transitar por diversos segmentos lhe rendem, com louvor, a nossa 2ª colocação.

Biografia: Aretha Franklin é uma cantora norte-americana de gospel, R&B e soul que virou ícone da música negra. Tornou-se a primeira mulher a fazer parte do Rock and Roll Hall of Fame, em janeiro de 1987, e é chamada de "Rainha do Soul" ou "Dama do Soul", mesmo sendo também uma adepta do jazz, rock, blues, pop e da ópera. É a segunda cantora a possuir mais prêmios Grammy na história, atrás apenas de Alison Krauss. Aretha possui dezessete prêmios competitivos e três honorários. Em Michigan, Estado onde foi criada, teve a sua voz declarada como sendo uma maravilha natural. Ela é geralmente reconhecida como uma das melhores cantoras da história da música, recebendo esse título do canal de televisão VH1 e da revista Rolling Stone, que a considerou a melhor, dentre os 100 maiores cantores da história e a 9ª maior artista da música de todos os tempos. Apesar de todo o sucesso, possui apenas dois singles que atingiram o primeiro lugar na lista dos mais vendidos dos Estados Unidos, segundo a Revista Billboard: Respect, nos anos 1960, que veio a se tornar uma das suas canções mais conhecidas, e I Knew You Were Waiting (For Me), um dueto com George Michael.

Ouça também:
Freeway of Love
HoneyNatural WomanThink | Until You Come Back to Me | Who's Zoomin' Who?




Uma definição simples dirá que a música é a arte de expressar os sentimentos através do som; e nem é necessário algo mais complexo que isso para compreender a arte de Édith Piaf. A profundidade dos sentimentos que ela expressava através do seu canto é palpável até para quem não compreende o idioma francês, como nos mostra uma cena do filme O Resgate do Soldado Ryan (1998). É impossível ouvi-la sem total rendição à emoção. O seu canto introspectivo expressava claramente a trágica história de vida que levou, mas, antes de tudo, expressava o amor. E ninguém cantou o amor como "la Môme Piaf".

Biografia: Édith Piaf passou por muitos sofrimentos ao longo da vida: foi abandonada pelos pais, negligenciada pela avó e quase pelejou na Primeira Guerra Mundial, mas foi resgatada e levada para morar com a mãe em um bordel na Normandia. Foi cuidada por prostitutas e chegou a namorar um cafetão para não se prostituir. Ela terminou o namoro quando uma de suas amigas cometeu suicídio para não se tornar prostituta. Foi descoberta por Louis Leplée enquanto cantava na rua da área de Pigalle, situado na avenida Champs Élysées, em Paris. Foi ele quem a batizou de "la Môme Piaf", uma expressão francesa que significa "pequeno pardal" ou "pardalzinho", devido a sua baixa estatura (1,42m). Em 1936 assinou contrato com a Polydor e lançou seu primeiro disco "Les Mômes de la Cloche", que se tornou sucesso imediato. Após o assassinato de Leplée começou a trabalhar com Raymond Asso, envolvendo-se romanticamente. Asso passou a ser seu novo mentor, mudou seu nome artístico para "Édith Piaf" e encomendou a Marguerite Monnot canções que ilustrassem o passado de Piaf nas ruas. Posteriormente obteve grande sucesso como vedete da canção francesa e após a Segunda Guerra Mundial tornou-se famosa internacionalmente. Foi durante os seus primeiros shows nos Estados Unidos que conheceu o grande amor de sua vida, o pugilista Marcel Cerdan, mas este morreu pouco tempo depois, em outubro de 1949, num acidente de avião indo a seu encontro. Arrasada pelo luto e pela poliartrite aguda, Édith começou a se aplicar com fortes doses de morfina. Ao longo da sua carreira influenciou grande parte dos artistas de sua época, tornando-se uma ponte para que eles se conhecessem. Foi na sua residência que nomes como Gilbert Bécaud, Jacques Pills, Charles Aznavour (com quem também teve um caso amoroso), Yves Montand, Jacques Prévert, entre tantos outros, hoje também consagrados na história fonográfica da França e do mundo, tiveram o primeiro contato e iniciaram parcerias musicais. Édith Piaf morreu em outubro de 1963 aos 47 anos, com a saúde abalada pelos excessos, pela morfina e por todo o sofrimento de uma vida. Em 2007 teve sua história retratada no filme Piaf – Um Hino Ao Amor, dirigido por Olivier Dahan.


Ouça também: Hymne à L'amour
Les Amants d'un Jour | MilordMon Dieu | Non, Je Ne Regrette Rien | Padam Padam

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Espero que tenham gostado deste Top 10 especialmente dedicado às mulheres. Deixe a sua opinião, crie a sua própria lista ou envie sugestões para as próximas publicações. Até a próxima!

8 comentários:

  1. OH VEI, OH VEEEEEEEEEEEEEEEEEEEI!

    COMO A NINA SIMONE TA ATRAS DA AGUILERA???????????? CADE A ETTA JAMES?????? Billie foi intérprete de uma das canções mais incríveis do mundo: Strange Fruit!! Se eu te encontrar na rua você vai apanhar.

    Assinado: Anônimo

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  2. Concordo com o Junio, cadê a Etta James????? Mas relevo, dada a descrição da Piaf, que é uma das melhores que já ví. Parabéns Klaus!

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  3. Só por curiosidade... quem vocês tirariam pra colocar ela?

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  4. Cadê as brasileiras??? Não entendi a predominância absoluta das norte-americanas, apesar de o primeiro lugar (na minha opinião muito merecido) ser de uma francesa. Reivindico, por exemplo, a presença Elis Regina, poxa...

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  5. Sabia que ia rolar essa polêmica... hahaha
    Como eu disse na introdução do texto, levei em consideração muitos aspectos, como técnica, timbre, expressão, prêmios, influência, vendagem e minha preferência, é claro. Como a lista é das melhores de TODOS OS TEMPOS, colocar uma brasileira só por ser brasileiro seria um pouco incoerente com os próprios critérios que adotei. Apesar de eu ser um grande fã da Maria Bethânia e da Marisa Monte, infelizmente tive que deixá-las de fora, assim como tantas outras. Nacionalidade não entrou em questão...

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  6. Mas é pra se questionar, hein... Num mundo tão diverso, com tantos "estilos", tipos de timbre e expressão, sua lista tem, de 10, 9 norte-americanas. Prêmios, influência e vendagem estão altamente relacionados ao domínio de uma cultura por outra, justamente o que seu blog critica. Dá pra destacar os critérios de avaliação que selecionou do contexto socio-histórico e da nacionalidade das cantoras? Não sou entendida de música, mas sou muito a favor da diversidade... rs

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  7. Claro, apesar de serem questões sempre analisadas e criticadas aqui, não deixam de fazer parte da história. Em um mundo regido pelo capital seria impossível desconsiderar questões econômicas, e o sucesso nessa área também deve ser respeitado, mesmo que não seja o mais importante. Concordo que ter 8 estadunidenses entre 10 indica, de certa forma, a força da imposição cultural deles, mas não tira em nada o mérito e o talento das cantoras. Volto a repetir que tirá-las da lista por ser contra a política do país onde vivem seria, no mínimo, injusto, assim como é injusto dizer que só levei em consideração os prêmios e vendagem. Está bem destacado que timbre, técnica, extensão, expressão (interpretação) e o meu próprio gosto pesaram majoritariamente na decisão. Quanto à diversidade, vimos cantoras de jazz, rock, blues, gospel, R&B, música de salão, pop... Infelizmente em uma lista de 10 não cabem pessoas de todos os países e de todos os ritmos.

    Agradeço a crítica. É muito pertinente. Fiquei curioso pra saber o seu nome.

    Abraços!

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